Desde que o modelo de Distanciamento Controlado passou a ser adotado no Rio Grande do Sul, pela primeira foi necessário usar a bandeira preta, que representa altíssimo risco para coronavírus, em regiões do Estado. Na sexta-feira, quando é anunciada a classificação preliminar das regiões, os municípios do grupo de Pelotas e de Bagé ficaram na bandeira preta, que significa a aplicação de regras mais rígidas para serviços e comércio, por exemplo. Mas, segundo explica o próprio governo do Estado, bandeira preta não significa dizer que os locais estão no chamado lockdown. Santa Maria, conforme a classificação preliminar, segue na bandeira vermelha.
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Como ainda há chance de mudar, já que até domingo os municípios podem recorrer da decisão, ainda não é possível garantir que essas regiões permaneçam com a classificação na cor preta. Mas, caso continuem assim mesmo após o recurso (o resultado é divulgado na segunda-feira), entenda o que muda para regiões com bandeira preta:
BANDEIRA PRETA NÃO É LOCKDOWN
Segundo o executivo estadual, a classificação na bandeira preta significa uma situação preocupante, principalmente, na capacidade hospitalar e grande número de casos e internações em leitos de UTI pela doença. Apesar de exigir cuidados mais rigorosos, segundo as medidas do governo as ações são diferentes de um lockdown. A explicação é que o lockdown, adotado em outros países, significa que as pessoas só podem sair de suas casas se tiverem autorização. Já na bandeira preta é preciso observar algumas medidas, como fechamento do comércio não essencial e restaurantes operando somente para entrega ou pegue e leve, mas não proíbe a circulação de pessoas nas ruas.
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O que muda com a bandeira preta:
RESTAURANTES
Restaurantes a la carte, lanchonetes e com buffet (que não seja autosserviço) podem funcionar com 25% da equipe e somente para entregas e pegue e leve. Os que ficam em beira de estrada podem ter até 25% da capacidade. Restaurantes com autosserviço não podem funcionar.
HOTEIS E SIMILARES
Podem funcionar com, no máximo, 30% de quartos ocupados. Os que ficam em rodovias podem ter até 75%.
COMÉRCIO NÃO ESSENCIAL
Tanto as lojas de shoppings quanto as de rua devem permanecer fechadas.
COMÉRCIO ESSENCIAL
Lojas que vendam itens de alimentação, higiene ou saúde podem operar com 25% dos trabalhadores.
MERCADOS, PADARIAS, AÇOUGUES E FRUTEIRAS
Podem operar com 50% dos trabalhadores.
COMBUSTÍVEIS
Podem operar com 50% dos trabalahdores.
AULAS
As aulas em todas modalidades de ensino ficam fechadas para o modo presencial e devem funcionar somente de forma remota. A única exceção é para Ensino Médio, Técnico e Superior na área de saúde com atividades essenciais para conclusão de curso (plantão, estágio ou laboratório), que podem ter até 50% de estudantes.
IGREJAS E SERVIÇOS RELIGIOSOS
Podem funcionar sem atendimento presencial com até 25% de trabalhadores
BANCOS E LOTÉRICAS
Podem ter até 50% de equipe operando no mesmo turno
IMOBILIÁRIAS
Com até 25% de trabalhadores
SERVIÇOS DOMÉSTICOS
Trabalhos como de faxineiro, diarista, babá, cozinheiros, motoristas e jardineiros não devem operar
ÁREAS COMUNS DE CONDOMÍNIOS
Pracinhas, churrasqueiras, salões de festa, piscinas devem ficar fechados. Academias podem funcionar com agendamento e de modo individualizado, atentando para ventilação e higiene do local.
ESPORTE
Academias e centros de treinamento devem ficar fechados. Clubes de futebol e competição esportiva não funcionam no período de bandeira preta.
SALÕES DE BELEZA
Devem ficar fechados
TRANSPORTE
Transporte coletivo municipal, intermunicipal e fretado pode ter no máximo 50% de passageiros, com janelas e/ou alçapão abertos para renovação do ar.
ARTE, CULTURA, LAZER E EVENTOS
Não devem funcionar. Alguns locais como museus e centro culturais podem funcionar, sem atendimento ao público, com redução na equipe de trabalho.